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terça-feira, 13 de maio de 2014

Diogo Busse - Opinião.


Acabo de sair da reunião do Conselho Estadual de Políticas Sobre Drogas, onde represento a OAB/PR. Quero parabenizar publicamente a Secretária Estadual da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Maria Teresa Uille Gomes, pela coragem e pelas soluções propostas para os gravíssimos problemas relacionados ao sistema penitenciário do Paraná. Segundo a secretária, há no país 258.000 presos além da capacidade do sistema brasileiro. No PR, temos 10.000 presos em delegacias. Já nos presídios do Estado, a Dra. Maria Teresa afirmou poderem ser encontradas senhoras com mais de 60 anos condenadas por tráfico, presas há mais de 5 anos. Geralmente, mulheres que foram levar drogas para parentes dentro dos presídios. Eu me pergunto sobre o custo desse modelo insano. Ao invés de investirmos na recuperação de usuários de drogas que precisam de tratamento, estamos investindo na formação de criminosos. Eu me pergunto se tem sentido encaminhar uma pessoa para o sistema penitenciário pelo puro e simples fato de ela ter optado usar algum tipo de droga. E, trabalhando há tantos anos com a recuperação de usuários problemáticos de drogas, respondo com convicção: vale a pena investir na recuperação. Uma pessoa que desperta para o tratamento e canaliza todo o seu potencial para o bem, torna-se produtiva e dissemina o bem. Uma pessoa, que optou por usar drogas pelas mais variadas razões, que não me cabe julgar, mas é encaminhada para o sistema penitenciário, retorna muito pior e não é ressocializada. Esse tem sido o nosso investimento. Um dia, todos entenderão que não resolveremos o problema simplesmente encaminhando os usuários de drogas para a prisão, caminho muito mais fácil, mas que agrava cada vez mais o nosso cenário. Por que não experimentamos encher de bibliotecas, centros culturais, com acesso a internet, professores de educação física, atividades circenses, teatrais, dança, música, qualificação definitiva do ensino público? É um caminho um pouco mais árduo e quem mais sofre continua sendo a população que não tem acesso a políticas públicas.

Nota do editor: Certamente a forma que estamos enfrentando o combate as drogas, mau da sociedade atual, não está correto, pois estamos perdendo esta guerra de forma vexaminosa. Precisamos começar a ver este problema sobre outro foco e nos livrarmos de velhos paradigmas que em nada estão nos auxiliando. Precisamos sim da repressão do Estado aos vetores desta praga, porém é fundamental o sucesso na recuperação dos usuários e dependentes, além de evitar a todo custo que este mercado aumente, pois o preço do seu crescimento é muito alto para as famílias e a sociedade em geral.

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