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terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Baixo salário e desinteresse criam sobra de vagas

Gazeta do Povo, em 23/02/2010

Na tentativa de preencher as ofertas de trabalho, prefeitura de Curitiba e governo estadual realizam amanhã o “Mutirão do Emprego”


Falta de qualificação, baixos salários e até desinteresse por algumas ocupações estão entre os motivos apontados para a sobra de mais de 6 mil oportunidades de emprego em Curitiba e região metropolitana. Esse é o número de va­­­gas do Sistema Nacional do Emprego (Sine) que as secretarias do trabalho de Curitiba e do Paraná tentarão preencher amanhã, no chamado “Muti­rão do Emprego”, que será realizado na Praça Rui Barbosa, no centro da capital. O total de vagas disponíveis é ligeiramente menor que o de pessoas contratadas no mês passado na região – cerca de 7 mil, já descontadas as demissões.
Em todo o país, a retomada econômica tem evidenciado a lacuna que existe entre a especialização que as empresas exigem e a que os trabalhadores têm, assim como a diferença entre o salário esperado pelos candidatos e o oferecido pelos empregadores. Em Curi­tiba, por exemplo, apenas uma em cada cinco vagas abertas em janeiro por intermédio do Sine foi preenchida. Quase 15 mil trabalhadores se inscreveram e havia um total de 9,7 mil ofertas, mas apenas 1,8 mil pessoas foram contratadas.


“Além da baixa qualificação, também há um desinteresse por determinadas ocupações. Uma das funções mais ofertadas é a de operador de caixa de supermercado, mas é difícil encontrar candidatos”, conta Paulo Rossi, superintendente da Secretaria Municipal de Trabalho. Ele também cita o caso do Plano Setorial de Qualificação (PlanSeq) da construção civil, iniciativa do governo federal executada por estados e prefeituras, exclusiva para beneficiários do Bolsa Família. “As aulas de quatro turmas começaram hoje [ontem]. São 120 alunos no total. Mas tínhamos mais de mil vagas disponíveis.”
O economista Cid Cordeiro, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioe­conômicos (Dieese-PR), aponta mais razões para o descompasso entre oferta e demanda de empregos. “Há casos em que não houve o estímulo à formação. Na construção civil, que ficou pelo menos uma década estagnada, houve perda de empregos, pessoas migraram para outras ocupações ou se aposentaram. Na retomada, o setor conseguiu recontratar parte desse pessoal, mas agora realmente há poucos trabalhadores disponíveis.”


Novos setores
Para Cordeiro, setores mais novos, como os da área de tecnologia, sofrem porque não houve tempo hábil para a formação de novos profissionais. E o desinteresse do trabalhador estaria ligado também aos baixos salários. “Se quiser reter profissionais, o mercado terá que pagar melhor. Com a economia crescendo, é natural que o trabalhador escolha a melhor oportunidade.”
Em muitos casos, a vontade ao candidato não é suficiente para compensar a falta de experiência. “Já distribuí ‘milhares’ de currículos, mas, como todas as vagas exigem experiência prévia, me descartam logo de cara”, lamenta Michaela Barbosa Cruz, de 18 anos, que busca o primeiro emprego, como auxiliar administrativa. Sem ele, não conseguirá retomar a faculdade – ela chegou a cursar um semestre de En­­genharia de Produção, mas teve de trancar a matrícula por causa do custo da mensalidade.
Serviço: Mutirão do Emprego – Amanhã, das 9 às 17 horas, na Praça Rui Barbosa, em Curitiba. Candidatos devem levar carteiras de identidade e de trabalho e CPF.

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