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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Autoridades estaduais culpam União pelos repasses reduzidos, parte 1

Gazeta do Povo, em 18/02/2010
Requião e Alvaro Dias procuraram isentar o governo do estado e a bancada paranaense no Congresso pelo baixo volume de recursos federais destinados ao Paraná

Rosana Félix

Autoridades estaduais se eximiram ontem da responsabilidade pelo baixo volume de recursos destinados ao Paraná no Orçamento da União de 2010, conforme mostrou reportagem da Gazeta do Povo publicada nesta quarta-feira. O governador Roberto Requião (PMDB) e o senador Alvaro Dias (PSDB) procuraram ainda culpar o culpar o governo federal pela situação. Requião reclamou da atuação do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. Para Alvaro, que discursou sobre o assunto na tribuna do Senado, a culpa é do Palácio do Planalto.
A reportagem publicada ontem mostrou que o Paraná, apesar de responder por 6,1% do PIB nacional e 5,6% da população brasileira, deve receber neste ano apenas 3,8% das despesas regionalizadas da União, conforme dados do sistema Siga Brasil, do Senado. Em valores absolutos, são R$ 4,5 bilhões, destinados ao custeio e investimentos dos órgãos federais no Paraná. O valor representa apenas R$ 421 em média por paranaense – a segunda menor quantia dentre as 27 unidades da federação, bem inferior à destinada a estados com porte semelhante.
De acordo com especialistas consultados pela reportagem, vários fatores contribuem para o tratamento desigual dispensado às unidades da federação. Dentre eles estão a desarticulação política, a falta de pressão do governo estadual e a desunião da bancada parlamentar.
As emendas de bancada do Paraná também têm baixa execução. Em 2009, os 30 deputados e três senadores garantiram R$ 64,5 milhões ao estado – ou 47,3% do que havia sido aprovado. Com esse desempenho, a bancada paranaense foi apenas a 15.ª em execução de emendas.
Dados da execução orçamentária de 2009 mostram que a União não necessariamente priveligia estados onde o governo estadual seja aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No ano passado, os quatro estados com melhor índice de execução de emendas de bancada foram Distrito Federal, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Alagoas, todos governados por legendas de oposição ao presidente Lula – o primeiro pelo DEM e, os outros três, pelo PSDB.
Passando a limpo
O governador foi procurado pela reportagem, mas não quis dar entrevista. Pela internet, anunciou que na próxima Escola de Governo, na terça-feira, vai tratar do assunto. O governador informou que convidará senadores e ministros para participar da escolinha. “As relações do governo do estado com o governo federal serão passadas a limpo”, escreveu na sua página no Twitter, portal de microblogs. Ele disse ainda que “quem define recursos da União para estados e municípios é o ministro do Planejamento”.
Já Alvaro reagiu contra as críticas de que a bancada parlamentar do Paraná em Brasília também é responsável pelo baixo volume de recursos destinados ao Paraná. “Concordo com as críticas, mas não com o endereço. O endereço certo é o Palácio do Planalto”, declarou Alvaro Dias, na tribuna do Senado. Segundo ele, é injusto atribuir aos deputados e senadores a responsabilidade pelos repasses da União. “Faço a defesa dos parlamentares e faço de forma insuspeita, pois sou opositor.”
Alvaro também criticou Paulo Bernardo. “O Orçamento é elaborado pelo Executivo. O coordenador é o ministro do Planejamento. Coincidente­­­­mente, ele é do Paraná e amigo pessoal do presidente da República. Ele teria que garantir mais verbas.”
Para Alvaro, o estado é tratado com descaso. “O presidente, quando vai ao Paraná, vai de mãos vazias. Eu não vi nenhuma inauguração importante do presidente nesses últimos sete anos. E não vejo que ele tenha possibilidade de realizar qualquer inauguração até o fim do ano. A única é do palanque da sua candidata a presidente da República”, disse, em relação à ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.
Paulo Bernardo foi procurado pela reportagem, mas não deu retorno ao pedido de entrevista. Em outras ocasiões, ele citou a falta de empenho do governo estadual como empecilho para que houvesse maiores repasses. O deputado federal Dr. Rosinha (PT-PR) comentou, pelo Twitter, que a falta de universidades federais no Paraná reduz o repasse de verbas da União. Essa mesma justificativa havia sido apontada pelo coordenador da bancada paranaense no Congresso, o deputado Alex Canziani (PTB).

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