Da coluna do jornalista Aroldo Murá, no ICNews:
SANGUE JOVEM NO PARLAMENTO ITALIANO
O Paraná poderá contribuir diretamente para a renovação do Parlamento italiano, injetando sangue novo na vetusta instituição, caso a exvereadora de Curitiba, Renata Bueno, seja bem sucedida na disputa por uma vaga como representante dos italianos no exterior. Um dos trunfos de Renata é o apoio do Senador (agora pleiteando a reeleição) Edoardo Pollastri, com quem faz uma espécie de “dobradinha”.
…POLLASTRI PODE CONSEGUIR VOTOS PARA RENATA NA ARGENTINA…
Pollastri poderá conseguir para Renata votos entre os italianos da Argentina, considerados essenciais para complementar os sufrágios dos ítalo-brasileiros, já que o sistema eleitoral italiano prevê uma quota de representantes, englobando os países da América do Sul (outras quotas para os italianos da América do Norte, Europa e outros continentes). Renata tem a dupla cidadania em função de sua avó paterna, da família Brustolin, vinda do Vêneto, Norte da Itália. Foi favorecida pela circunstância de seu pai – o deputado Rubens Bueno – ter nascido após a promulgação de lei, na Itália, facultando a transferência da cidadania por linha materna. Se Rubens tivesse nascido antes dessa lei entrar em vigência, Renata não poderia estar, agora, disputando uma cadeira no Parlamento na Itália.
… SÃO 300 MIL BRASILEIROS QUE VOTARÃO…
São trezentos mil brasileiros habilitados, graças à “doppia citadinanza” a votar nas eleições de fevereiro, com concentração majoritária nos Estados de S.Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A importância dos votos de argentinos, como complementação quase indispensável, se explica pelo fato de o colégio eleitoral de lá equivaler a quase o dobro do número de votantes no Brasil. Se uma campanha eleitoral sempre é complicada, imagine-se a complexidade do trabalho de apresentar propostas para um eleitorado disperso por mais de um Estado e mais de um país.
…CURITIBANA EM CAMPANHA DE 24 HORAS…
Com muita coragem, todavia, Renata vem mantendo contato com os
eleitores, através de material impresso e propaganda “boca a boca”, tentando usar a habilidade desenvolvida em suas campanhas para as eleições municipais curitibanas. Dir-se-ia que coisas tão diferentes como a água e o vinho, talvez, Mas, com cultura e inteligência, talvez a candidata encontre o ponto certo para sensibilizar os “duplos cidadãos”, conquistando votos suficientes para alcançar a sua meta. O calendário eleitoral italiano, por sua vez, não favorece quem faz sua “primeira viagem”, experiência inaugural na busca de um cargo representativo “sui generis”. Mas obtido o registro da candidatura, passando a figurar nas listas eleitorais, os candidatos dos italianos no exterior terão
poucas semanas para apresentar suas propostas e entrar em contato com os eleitores. O tempo urge e, com o apoio de Pollastri, bastante experiente, a curitibana está em campanha 24 horas por dia.
“MIA CARA CURITIBA” NASCEU COM ELA…
Como vereadora, foi ela quem promoveu o apoio da Câmara Municipal para a realização, no ano retrasado, do espetáculo “Mia Cara Curitiba”, luzes e cores na Praça Generoso Marques, que transformou o Paço da Liberdade num cenário de sonhos. Fazendo pós-graduação em Direito Internacional em Roma, Renata já está “com um pé na Itália” e o Brasil sé terá a lucrar se for efetivamente eleita, pois está repleta de novas idéias, capazes de “sacudir” a poeira da instituição parlamentar da península. Nos próximos dias, Renata cumprirá um amplo roteiro de contatos eleitorais: em Londrina, Maringá, Cascavel, Pato Branco, Toledo, Francisco Beltrão. No dia 29 estará em São Paulo, numa grande evento de campanha, ao lado do senador Pollastri em jantar com eleiores paulistanos.
…VOTAÇÃO SERÁ PELO CORREIO …
A votação cumprirá um ritual que pouco tem a ver com eleições comuns: cédulas serão enviadas pelos consulados italianos, pelos correios, a partir do dia 6 de fevereiro, para os votantes, que deverão devolvê-laspreenchidas até dia 20 de fevereiro.Sobre a segurança desse tipo de votação, as explicações do senador Edoardo Pollastri não são muito animadoras. Ele conta que não foi aprovada sua proposta para que além da cédula, na devolução aos consulados, fosse anexada fotocópia da identidade (passaporto) de cada eleitor. Sem essa anexação, a eleição fica exposta a fraudes, como consta já ter acontecido em pleitos anteriores.
Fonte: Site do PPS Paraná.