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terça-feira, 22 de abril de 2014

A democracia na garagem: encontros no PPS - artigo de Amadeu Geara.

Quando o assunto é democracia, dizem que os conceitos básicos nasceram na Grécia, mais precisamente em Atenas. Conversa fiada. Só podiam falar e participar da Assembléia os homens, filhos de pais ricos, isto é: os bem nascidos. Mulheres e pobres não piavam. Os aristocratas reacionários e carolas tinham o monopólio do poder. Essa propaganda enganosa atravessou os últimos 2.500 anos porque os registros que chegaram até nós são de historiadores atenienses, ou de autoria de escritores políticos simpatizantes de Atenas.
Agora é o momento de corrigir a História: O PPS de Curitiba era Mais Democrático que Atenas! No final dos anos ’90 recebi a visita de Roberto Freire e Rubens Bueno. O primeiro fora meu companheiro na Câmara e com o segundo convivi bastante em Brasília. Era assessor do Álvaro Dias. Vieram convidar-me para ingressar no PPS, que pouco antes sucedera o Partidão. O partido precisava ser estruturado. Disse-lhes que estava afastado da política, mas a insistência me fez retornar. Depois dos primeiros encontros com poucas pessoas ao redor de uma mesa, sugeri abrir as portas da garagem desocupada ao lado da sede, para acolhermos o povo.
Compramos trinta cadeiras plásticas, decidimos por efetivar reuniões às 18h30 de todas as segundas-feiras. Mais ou menos o que eu já havia feito quando presidi o PDT do Paraná. Em breve compramos mais vinte, que era a ‘lotação’ da garagem popular. No começo a coisa não foi fácil. A sede era nas Mercês, em local que nem com mapinha e bússola era fácil encontrar. O GPS chegou tarde! E mais: o nosso conservador pessoal curitibano sabia que iria participar de reunião do-antigo-partido-comunista! Em breve, com as cadeiras ocupadas, as pessoas se apinhavam na calçada frontal e na sala lateral, tentando, na ponta dos pés, ouvir e ver por estreita porta. Qualquer pessoa que quisesse, podia participar. Falar, propor, discutir, criticar. Não se perguntava se era filiado a partido, se era eleitor, nem da sua religião, preferência sexual, ou coisa qualquer. Tentei aprovar que os Atleticanos teriam acesso à água e café, mas fui voto vencido.
O PPS se consolidou em Curitiba e, por reflexo direto, na Região Metropolitana. Os vereadores Zé Maria, Serginho do Posto e Hélio Wirbiski se criaram na garagem. O Rubens andou o Paraná e o partido cresceu. Foi um bom momento da política. Hoje, afastado de militância partidária, tenho ainda a esperança maior, de que um dia se instale neste País uma Assembléia Nacional Constituinte Exclusiva, que acredito piamente ser o único instrumento capaz de efetivar todas as REFORMAS que o Brasil precisa (sacanamente invocadas para efeito de retórica demagógica). Portanto fica aí o aviso: se alguém decidir se meter em uma campanha pela constituinte exclusiva e tiver uma garagem desocupada, me avise. To nessa!!!
Amadeu Geara

No PPS fui presidente do Diretório de Curitiba, orientador na Região Metropolitana e Litoral, vice-presidente do Diretório Estadual e coordenador de duas campanhas eleitorais.
(Coligamos com o PT. Como diz a minha vizinha: Ai que ódio!)


Nota do editor: Esta é uma pequena parte da história do PPS aqui no Paraná e mais especificamente em Curitiba. As referidas reuniões comentadas por Amadeu Geara ainda ocorrem até os dias de hoje, no mesmo dia e horário, porém em local diferente. Torço que um dia todos os partidos entendam o verdadeiro poder da participação dos militantes nas decisões dos seus representantes, pois será somente assim que sedimentaremos a verdadeira democracia.

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