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terça-feira, 27 de outubro de 2009

Um dia com Bakun, parte I

Gazeta do Povo, em 27/10/09
Artista paranaense, que comemoraria 100 anos hoje, é relembrado com música, filme e exposição em museu
Por Cristiano Castilho

O Paraná foi a principal motivação para o artista paranaense Miguel Bakun. Pinheiros, cafezais, lagos e paisagens diversas ganhavam nova vida com sua paleta de cores quase invariável – que se tornou uma de suas características mais marcantes. Após 46 anos de sua morte – Bakun suicidou-se em 14 de fevereiro de 1963 –, o pintor e sua obra voltam dialogar com a capital do Paraná. A Se­­cre­­taria de Estado da Cultura (Seec), por meio da Coordenadoria do Sistema Estadual de Museus (Co­­sem), promove uma série de atividades para celebrar o centenário de nascimento do artista.
Os eventos começam às 10h30 de hoje, com uma solenidade póstuma no Cemitério Municipal de Curi­­tiba e visita ao túmulo do paranaense. O Coral da Paróquia Ucraíno também celebra uma missa em rito bizantino – Bakun nasceu em Mal­­let, no sul do estado, e era descendente de ucranianos.
Para registrar eternamente a obra de um dos maiores artistas do expressionista, às 16 horas, na Casa Andrade Muricy, será lançado o Museu Virtual Miguel Bakun, vinculado à rede do Sistema Estadual de Museus do Paraná. Durante o evento, o grupo folclórico ucraniano Poltava apresenta um espetáculo musical com bandurista, instrumento típico eslavo. O museu pode ser acessado a partir do site http://www.cultura.pr.gov.br.
Eternização
Segundo Rosemeire Odahara Gra­­ça, coordenadora de projetos especiais da Seec, o espaço na internet servirá para popularizar o acesso às obras do pintor. “Com o museu virtual, vamos permitir que pessoas que não falem a língua portuguesa tenham acesso à obra de Bakun. Essa informação artística ultrapassa não só o território do Paraná, mas do Brasil e chega em um nível universal”, explica Rosemeire.
Toda a fase de produção de Ba­­kun estará representada. O período áureo – décadas de 1940 e 1950 – será destaque e a divulgação via internet é um possível caminho para que mais telas sejam divulgadas ou até reencontradas. “Há obras espalhadas, com outros colecionadores particulares”, diz a coordenadora, também professora da Faculdade de Artes do Paraná.
A inserção de parte da obra do artista em um museu virtual também garante, sob um aspecto, sua eternização. “Seria muito sério se acontecesse com o acervo de Bakun o que houve com a obra de Oiticica. Ele, [Hélio Oiticica] era um artista conceitual. O mais importante eram os esquemas de suas obras, suas ideias, do que propriamente sua execução. Se acontecer o mesmo com Bakun, por exemplo, perde-se toda a obra”, compara a professora, referindo-se ao incêndio que destruiu, no último dia 17, quase a totalidade da obra do artista plástico carioca Hélio Oiticica (1937-1980). “Mesmo que algumas pessoas reclamem de alterações nas pinturas [como cores e escalas], é importante o registro digital”, completa a professora.
E Bakun ainda vive. Em salas de aula, em museus, pesquisas e debates artísticos. Segundo Rose­mei­­re, se sua obra não exerce uma “influência física” aos no­­vos artistas paranaenses como fazem as do pintor norueguês radicado brasileiro Alfredo Andersen (1860-1935) e do artista ítalo-brasileiro Guido Viaro (1897-1971), está presente em dis­­cursos artísticos como o en­­con­­trado na obra da artista plásti­­ca Eliane Prolik.
Para terminar o “dia de Ba­­kun”, ainda na Casa Andrade Mu­­ricy, às 18 horas, será exibido o mé­­dia-metragem O Autorretrato de Bakun (1984), dirigido e produzido por Sylvio Back. Após a projeção, de 43 minutos, o cineasta irá participar de um bate-papo com a plateia.
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